Saiba como prevenir a degradação de estruturas de fixação em caso de queimadas

As regiões de todo o país têm sido cada vez mais afetadas pelos efeitos das queimadas. Não somente a população, como grande parte da vegetação e diversas espécies de animais vêm sofrendo as consequências desse fenômeno socioambiental, que na maioria das vezes é provocado pela ação humana.

Somente no mês de setembro, o Brasil atingiu a marca de 75 mil focos de queimadas, segundo registro do “Programa Queimadas”, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Ainda, a recorrência desses incêndios, conforme a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), impactou cerca de 29.859 linhas de transmissão energética, durante um período de sete meses. Logo, esses problemas representam uma ameaça não apenas às usinas solares, como também aos consumidores que buscam investir em um sistema de energia mais sustentável que, devido à falta de eficiência, correm risco de sofrer algum tipo de prejuízo.

Como lidar com as estruturas fotovoltaicas nesse cenário

1. Selecione materiais resistentes à corrosão

A alta temperatura gerada em uma queimada pode causar deformação ou perda de resistência mecânica em metais e ligas de baixa qualidade. Para mitigar esses efeitos, é recomendado:

  • Parafusos e fixadores em aço inoxidável A2 ou A4: essenciais para minimizar o risco de corrosão galvânica nas junções após exposição ao calor.

2. Tratamento de superfície com revestimento antitérmico

O uso de revestimentos especializados, como pinturas termo-reflexivas, pode reduzir a absorção de calor pelas estruturas. Estes revestimentos devem ser avaliados quanto à resistência UV e a condições ambientais severas para evitar a delaminação com o tempo. Além disso:

  • Camadas de polímeros termicamente estáveis: aplicações com polímeros fluorados (como PVDF) melhoram a estabilidade térmica e a resistência química.

3. Zoneamento e barreiras contra queimadas

Uma medida preventiva fundamental é criar zonas de contenção ao redor da área de instalação para evitar a propagação do fogo. Para isso:

  • Faixas de segurança com solo exposto (largura mínima de 5 metros) ao redor das estruturas fotovoltaicas.
  • Barreiras corta-fogo em alvenaria ou metal: instaladas estrategicamente para impedir a chegada de focos de incêndio ao sistema.
  • Vegetação baixa e controlada: plantas com baixo poder calorífico para reduzir a propagação das chamas.

E em relação ao sistema geral FV, como lidar?

É importante que os sistemas fotovoltaicos passem por inspeção de órgãos como a Comissão Electrotécnica Internacional (IEC), que busca garantir desempenho, segurança e qualidade dos módulos FV.

As alternativas abaixo também são essenciais para evitar incêndios:

  • Sensores para detecção de incêndio são capazes de salvar seu sistema de energia solar FV. Se o sensor for mais avançado e tiver a funcionalidade específica de identificar possíveis falhas em sistemas de energia solar, será ainda melhor. O uso de sprinklers ou chuveiros automáticos também podem ser alternativas úteis e menos complexas de serem instaladas.
  • Materiais resistentes ao fogo são fundamentais no combate precoce de incêndios da rede energética. Também é importante que os conectores de energia sejam revestidos por barreiras de proteção térmica, com intuito de retardar as chamas, em caso de incêndios.
  • Treinamentos para instaladores, integradores e EPCistas, com foco nos procedimentos de segurança contra incêndios e ações de evacuação também são implementações muito importantes.
  • Avaliação de risco e análise de falhas devem ser realizadas com frequência, a fim de averiguar se há necessidade de reparos no sistema. A elaboração de protocolos de evacuação, aliado a um sistema de comunicação de emergência em instalações solares promove mais segurança e contribui para o destaque da empresa no que diz respeito à gestão de crise.

Além de todos os fatores, as manutenções periódicas, os sistemas de monitoramento e adoção de tecnologias de backup não podem ser esquecidos de forma alguma, porque não só fazem parte da melhor instalação, como são essenciais em casos de catástrofes climáticas.

Conclusão

A prevenção da degradação das estruturas de fixação em caso de queimadas envolve uma combinação de seleção adequada de materiais, projeto eficiente, e manutenção contínua. Sistemas instalados em regiões com alto risco de incêndio devem seguir padrões mais rigorosos, incluindo barreiras físicas e revestimentos especializados. Com uma abordagem técnica bem planejada, é possível garantir a longevidade e a eficiência das estruturas, minimizando impactos mesmo em cenários adversos.

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