Com a evolução da geração distribuída no Brasil, a sanção da Lei 14.300 e a aplicação progressiva da Tarifa TUSD Fio B trouxeram novos desafios ao mercado de energia solar.
Neste cenário, compreender os impactos da inversão de fluxo de potência e dominar o dimensionamento de sistemas híbridos se tornou uma competência essencial para integradores que desejam entregar soluções técnicas viáveis, seguras e alinhadas com as exigências regulatórias.
O que é inversão de fluxo?
A inversão de fluxo ocorre quando a energia gerada por sistemas fotovoltaicos excede o consumo local e é injetada de volta na rede elétrica. Esse fluxo reverso altera a lógica tradicional do sistema interligado nacional, em que a potência flui das grandes usinas para os centros de carga.
Esse fenômeno, cada vez mais frequente com o crescimento da geração distribuída, pode causar sobrecarga de equipamentos, instabilidade de tensão e, consequentemente, comprometer a qualidade do fornecimento de energia. Por esse motivo, concessionárias de energia em estados como São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul têm estabelecido limites de injeção em projetos, baseadas no Artigo 73 da Resolução Normativa nº 1.000 da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Por que é importante entender a inversão de fluxo?
Conhecer o comportamento do fluxo de potência permite ao integrador:
- Antecipar exigências técnicas durante a solicitação de acesso à rede;
- Prever limitações operacionais do sistema;
- Evitar reprovações do projeto por parte da distribuidora;
- Desenvolver soluções técnicas mais precisas e eficientes.
A simples ocorrência da inversão de fluxo não caracteriza, por si só, uma falha. Contudo, quando esse fluxo resulta em violação de limites operacionais da rede elétrica, como sobrecarga de transformadores ou tensões fora de faixa, medidas corretivas são necessárias.
O que é dimensionamento de sistemas híbridos?
O dimensionamento consiste na definição da configuração ideal do sistema fotovoltaico, considerando não apenas a geração de energia, mas também o uso de baterias e a relação com a rede elétrica. Um sistema híbrido bem dimensionado assegura autonomia energética, redução de custos operacionais e maior previsibilidade no consumo.
Como fazer o dimensionamento de um sistema híbrido?
O processo envolve as seguintes etapas:
- Cálculo do consumo médio mensal com base no histórico da conta de energia (por exemplo, 5.200 kWh/mês).
- Cálculo da potência necessária, considerando irradiação média local, desempenho do sistema e dias do mês:
Potência = 5.200 / (30 × 4,4 × 0,75) = 52,5 kWp - Definição da quantidade de módulos: 92 placas de 575 Wp, neste exemplo.
- Escolha dos inversores: para uma carga máxima de 75 kW, recomenda-se utilizar quatro inversores híbridos de 20 kW.
- Definição das cargas prioritárias a serem alimentadas em caso de falha da rede.
A principal complexidade está na definição das cargas críticas. Em empresas, praticamente todas as áreas demandam continuidade de operação, o que exige maior robustez no projeto.
Por que o integrador deve manter-se atualizado?
A regulamentação do setor elétrico está em constante transformação. A aplicação escalonada da Tarifa TUSD Fio B, por exemplo, impactará diretamente a viabilidade econômica dos projetos fotovoltaicos. Em 2025, 45% da energia injetada será tarifada, chegando a 100% em 2029.
Neste cenário, integradores que não acompanham as atualizações técnicas e regulatórias correm o risco de propor soluções inviáveis ou pouco competitivas.
Benefícios para o integrador que se mantém atualizado
- Melhoria na assertividade técnica dos projetos
- Redução de retrabalho e riscos de não conformidade
- Reconhecimento profissional e ampliação da carteira de clientes
- Capacidade de atuação em projetos mais complexos e exigentes
A Solar Group reforça seu compromisso com a capacitação técnica e o desenvolvimento do setor. Com estruturas de fixação desenvolvidas para diferentes realidades regionais e exigências normativas, oferecemos soluções que garantem segurança, durabilidade e eficiência para seus projetos.
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